quarta-feira, 27 de agosto de 2008

TALVEZ UMA TPM QUALQUER

Eu sei que não sou o exemplo de menina obediente e muito menos parecida com a Madre Tereza de Calcutá. Eu sei que sou um tanto chata, ciumenta, narcisista, fresca, chorona, intolerante e que às vezes nem acho isso tão ruim. Mesmo assim eu busco mudar essa personalidade tentando ser mais agradável quando na verdade eu quero gritar.

Eu sei que posso afastar muitas pessoas com esse meu (mau) humor insuportável. Eu também sei que a maioria das vezes que estou insuportavelmente chata, é como se eu bloqueasse qualquer frustração que tente se aproximar de mim. Com as frustrações, bloqueio também algumas coisas boas e me sinto desamparada quando acontece isso. Não quero mais chorar no escuro. Não quero mais meu coração suplicando socorro.

Eu já me dei muito. Me dei tanto que agora meu coração já não bate e nem apanha. Me dei tanto que me sinto fragilizada e sem energia. Por me dar demais, chorei na mesma proporção. Chorei e choro por perceber que mesmo fazendo meu melhor, não sou a filha, a amiga ou a namorada dos sonhos de ninguém.

[Ganhei um selo. Faz mais um menos um mês, mas só agora consegui vê-lo. Depois vou destribuí-lo].

29 comentários:

Canto da Boca 27 de agosto de 2008 às 10:27  
Este comentário foi removido pelo autor.
Canto da Boca 27 de agosto de 2008 às 10:29  

"Chorei e choro por perceber que mesmo fazendo meu melhor, não sou a filha, a amiga ou a namorada dos sonhos de ninguém."

Ô, ô! Ei, que é isso? Quem disse isso? Que absurdo vc se dizer isso!
Vou te colocar no colo e dar umas palmadas, hein, Talita? E olha que odeio a violência, mas dá vontade de dar umas palmadas, por "ouvir" essas coisas de ti.
Ainda bem que é TPM, e é só uma vez por ano. De novo e mais uma vez, Elisa Lucinda serve pra ilustrar e fazer reflexionar sobre as pessoas humanas, mulheres sensíveis e lindas que somos. Risos.
Um beijo estalado na bochecha e o poema da Elisa, pra ti, com carinho (e olha Talita, tudo é possível de ser corrigido, incluindo os equívocos, nossos e dos outros).
É a segunda vez que eu envio essa poesia, hoje:


De Elisa Lucinda
No elevador do filho de Deus


A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida
Que eu já tô ficando craque em ressurreição.
Bobeou eu tô morrendo
Na minha extrema pulsão
Na minha extrema-unção
Na minha extrema menção
de acordar viva todo dia
Há dores que sinceramente eu não resolvo
sinceramente sucumbo
Há nós que não dissolvo
e me torno moribundo de doer daquele corte
do haver sangramento e forte
que vem no mesmo malote das coisas queridas
Vem dentro dos amores
dentro das perdas de coisas antes possuídas
dentro das alegrias havidas

Há porradas que não tem saída
há um monte de "não era isso que eu queria"
Outro dia, acabei de morrer
depois de uma crise sobre o existencialismo
3º mundo, ideologia e inflação...
E quando penso que não
me vejo ressurgida no banheiro
feito punheteiro de chuveiro
Sem cor, sem fala
nem informática nem cabala
eu era uma espécie de Lázara
poeta ressucitada
passaporte sem mala
com destino de nada!

A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida
ensaiar mil vezes a séria despedida
a morte real do gastamento do corpo
a coisa mal resolvida
daquela morte florida
cheia de pêsames nos ombros dos parentes chorosos
cheio do sorriso culpado dos inimigos invejosos
que já to ficando especialista em renascimento

Hoje, praticamente, eu morro quando quero:
às vezes só porque não foi um bom desfecho
ou porque eu não concordo
Ou uma bela puxada no tapete
ou porque eu mesma me enrolo
Não dá outra: tiro o chinelo...
E dou uma morrida!
Não atendo telefone, campainha...
Fico aí camisolenta em estado de éter
nem zangada, nem histérica, nem puta da vida!
Tô nocauteada, tô morrida!

Morte cotidiana é boa porque além de ser uma pausa
não tem aquela ansiedade para entrar em cena
É uma espécie de venda
uma espécie de encomenda que a gente faz
pra ter depois ter um produto com maior resistência
onde a gente se recolhe (e quem não assume nega)
e fica feito a justiça: cega
Depois acorda bela
corta os cabelos
muda a maquiagem
reinventa modelos
reencontra os amigos que fazem a velha e merecida
pergunta ao teu eu: "Onde cê tava? Tava sumida, morreu?"
E a gente com aquela cara de fantasma moderno,
de expersona falida:
- Não, tava só deprimida.

Thefy 27 de agosto de 2008 às 10:33  

Talvez seja hora de olhar para si, amor próprio não é ser narcisista, mas é saber exatamente quais suas maiores qualidades e se amar acima de tudo, isso afasta possíveis sofrimentos para você...
Quanto à parte do mau humor, chata e tal, temos muito em comum, mas quer saber de uma coisa, não dou à mínima para críticas que só querem me derrubar, de gente invejosa e que quer só seu fracasso está cheio no mundo, cabe à você seguir por onde lhe convém e é o melhor para si...
Supere-se, quando não esperam muito da gente, fica mais fácil superar todas as expectativas...
Força e acredite mais em você!!!
Volte à sorrir sempre, mesmo que o brilho do seu sorriso atrapalhe os outros. Seja sempre você mesmo, não tem que agradar à todos, mas ser feliz incondicionalmente.. afinal, todos nós erramos, mas o diferencial está em querer sempre melhorar!!!
Bjokas flor...não se entregue tanto, seja segura de si mesmo e siga em frente!!!

Talita Corrêa 27 de agosto de 2008 às 10:33  

Ahhhh!
Que perfeito. Adorei =)
Obrigada pela força.

Jana 27 de agosto de 2008 às 11:10  

mas vc é vc não é?

é essa pessoas que eles amam.

beijo

Rosi 27 de agosto de 2008 às 12:18  

Hei mulher, quanto baixo astral é esse? Como vc pôde ver as coisas estão ruins para muita gente, inclusive pra mim. Resta apenas a gente dar forças uma à outra.
Muita força e anime-se: Afinal, o que tem de ser seu, às suas mãos há de vir – assim disse o poeta.
Bjs e se cuida.

Petit Petit 27 de agosto de 2008 às 12:18  

Eu não sou a pessoa mais apropriada para julgar sentimentos, dar conselhos ou coisa que o valha. Muito mal dou conta da minha vida. Pensando bem, acho que é mais fácil dar bons conselhos do que usar para nós mesmos. Anyways, acho que tudo é uma fase: alegrias, tristezas e é de suma importância que a gente aprenda a vivenciar todas elas porque são elas que nos tornam melhores.

Cris Medeiros 27 de agosto de 2008 às 13:30  

Tenho uma amiga no trabalho pra quem vivo desabafando o quanto sou chata... e ela sempre me diz: Fica assim não, todo mundo tem suas chatices...

E é verdade... a gente se cobra demais... bjs

meus instantes e momentos 28 de agosto de 2008 às 02:02  

Quanta pancada! Acorda, balança a cabeça, começa a rir.
Maurizio

Kézia 28 de agosto de 2008 às 09:38  

Acredito que ser como é, é o que te faz ser tão especial.

"Chorei e choro por perceber que mesmo fazendo meu melhor, não sou a filha, a amiga ou a namorada dos sonhos de ninguém."

A perfeição que se espera será sempre imperfeita aos olhares alheios.
O sonho de outrem é a esperada quimera, que por ser o que é, nunca chegará...

"...nem acho isso tão ruim. Mesmo assim eu busco mudar essa personalidade tentando ser mais agradável quando na verdade eu quero gritar."

Mudar? Mudar o que? Mudar para que?
Para vc? se não for...acho que não valha a pena...

Fique bem moça ;)
B-jos

Cin 29 de agosto de 2008 às 06:52  

O que dói é qdo as pessoas não reconhecem nossos momentos de doação.
Bjinhos!

Nathália E. 29 de agosto de 2008 às 17:20  

Olha, muitas vezes temos olhares desestimuladores de nós mesmos, mas é só uma forma que temos de nos cobrar. Quase sempre sentimos que não somos bons suficientes pros outros, mas só quem pode nos dizer isso são eles, ora essa.

Auto-analises são falhas.
Fica bem, frô!

:*

Raio de luz... 30 de agosto de 2008 às 09:34  

Reconhecer-se como uma pessoa que não é perfeita, dói. Dói porque queríamos ser melhores, dói porque não agradamos sempre, dói porque não atingimos o que nós mesmos esperamos da gente em relação ao outro.
Mas os que tem amam (isso eu garanto!)te amam não pelo que você é, mas te amam APESAR do que você é. E isso é o que importa...

Não ser 100% perfeita é bom, quebra a mesmice e apesar de reclamarem, acabam nos amando ainda mais...

Beijo, minha amiga linda.

Daiane Thomé 1 de setembro de 2008 às 05:59  

ODEIO TPM
eu faço cursinhoo pre vestibular uehhh
hauauhuahuauha

Oi, saudades

Rosi 2 de setembro de 2008 às 13:05  

Hei mulher, cadê vc???
Como estás?

Cau Bartholo 6 de setembro de 2008 às 12:13  

Olá Talita, eu já tinha passado aqui algumas vezes, acho muito bom seu blog, o modo como escreve fica fácil visualizar você em pessoa. Quanto ao mau-humor é complicado quando as pessoas não entendem, e só querem a parte boa da gente. As vezes a gente só quer um abraço né verdade? Faz tempo que os meus abraços são apenas no meu cachorro heheheh.
Praze Talita...bom fim de semana.
:)

Ariiiane ;* 6 de setembro de 2008 às 19:04  

Nossa,seu texto disse tudo oq meu coração sente...

=o

Tomei a liberdade de colocar esse trechinho no meu blog,ok?

"Chorei e choro por perceber que mesmo fazendo meu melhor, não sou a filha, a amiga ou a namorada dos sonhos de ninguém."


Espero que não se importe!

blog fofo!

bjo!

Binho 8 de setembro de 2008 às 10:55  

Nossa Tá...
Não conhecia esse seu lado :P
Saudade viu!
bjo!!!

Lomyne 11 de setembro de 2008 às 17:10  

É uma TPM das boas, rabugice acaba virando em belas palavras, se quer saber o que eu acho.

Mas cá entre nós, flor, ninguém é exatamente a filha/amiga/namorada/whatever dos sonhos de ninguém.

Alexandre Gil 13 de setembro de 2008 às 16:25  

queria uma namorada deprimida assim pra mim cuida :)
linda

Flávia 14 de setembro de 2008 às 15:34  

Mesmo assim é bom a gente ser a gente, né?

Beijos!

majv 16 de setembro de 2008 às 07:16  

talita, as coisas não são assim, sofrer não é bom, mas faz crescer. isso vai passar, por que sofrer é tão necessário quanto passageiro.

Márcia Engel 24 de setembro de 2008 às 16:23  

A gente nunca consegue agradar a todos. Quase sempre, a gente não agrada nem a maioria... rs. Mas preste mais atenção nas pessoas que gostam de você, que eu tenho certeza que não são poucas como você pensa. Não dá pra ser a pessoa que os outros querem, mas você pode ser a pessoa que você quer, e ser feliz com isso. A gente vive entre socos e abraços com o mundo, mas tudo é melhor quando a gente está em paz consigo.
Beijão, e melhoras em tudo...

Talita S. 24 de setembro de 2008 às 16:57  

Eu sei que,tecnicamente,o nome não tem nada a ver.Mas me senti muito parecida com você.Me identifiquei totalmente com o post.

E gostei do seu blog :)

Talita Corrêa 26 de setembro de 2008 às 09:46  

Tks...
Logo maisapareço por aqui!

Ruberto Palazo 2 de outubro de 2008 às 19:52  

Só quem sofre uma dor sabe o quão intensa ela pode ser, mas aposto que vc tambem sabe que vale a pena tentar novamente pq mesmo despedaçado, o coração sempre está pronto a amar...
E não se preocupe em ser um sonho, seja quem tu és pq aqueles que te amam preferem conviver contigo, doq sonhar sem te ter.

Beijos

Jhennifer Cavassola 3 de outubro de 2008 às 11:34  

Vocêe escreve muito bem, seus textos são ótimos!! Por que parou de blogar? Beijos e volte ok? O mundo blogueiro precisa de pessoas como vc.

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